quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O CANCRO



Definição da doença

A palavra cancro é utilizada genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malignos.
Os tumores malignos são muito diversos, havendo causas, formas de evolução e tratamentos diferentes para cada tipo. Há, porém, uma característica comum a todos eles: a divisão e o crescimento descontrolado das células.
Não. Existem dois tipos de tumores: os benignos e os malignos. Neoplasia é também uma designação frequente para tumor.
Os tumores malignos, ao contrário dos tumores benignos, possuem duas características potenciais, que podem ou não estar expressas na altura em que a doença é diagnosticada:
Podem-se espalhar por metástases, isto é, aparecer tecido tumoral noutros órgãos diferentes daquele de onde se origina (por exemplo: fígado, pulmão, osso, etc);
Podem infiltrar outros tecidos circunvizinhos, incluindo órgãos que estão próximos.
Os tumores malignos são aqueles a que normalmente chamamos cancro. As doenças cancerosas são também designadas por oncológicas.
O cancro surge quando as células normais se transformam em células cancerosas ou malignas. Isto é, adquirem a capacidade de se multiplicarem e invadirem os tecidos e outros órgãos.
Para que se desenvolva um cancro é necessário que, de forma cumulativa e continuada, se produzam alterações celulares durante um largo período de tempo, geralmente durante anos.
Como resultado, cresce o número de células que apresentam alterações de forma, tamanho e função e que possuem a capacidade de invadir outras partes do organismo.
Um cancro pode ser detectado a partir de várias pistas: as queixas que o doente refere, a observação médica, diversos exames médicos (análises, TAC - tomografias axiais computorizadas e muitos outros – a definir consoante a circunstância) ou as achadas numa cirurgia. Mas para confirmar o diagnóstico de um cancro é geralmente necessária uma amostra do tumor (biópsia). A análise dessa amostra permite determinar se a lesão é um cancro ou não.
Os cancros classificam-se de acordo com o tipo de células avaliado pela anatomia patológica, em:
Carcinoma - Tumor maligno que se origina em tecidos que são compostos por células epiteliais, ou seja, que estão em contacto umas com as outras, formando estruturas contínuas, como, por exemplo, a pele, as glândulas, as mucosas. Aproximadamente 80 por cento dos tumores malignos são carcinomas.
Sarcoma - Tumor maligno que tem origem em células que estão em tecidos de ligação, por exemplo ossos, ligamentos, músculos, etc. Nestes, as células estão unidas por substância intercelular e não são epitélios, são tecidos conjuntivos.
Leucemia - Vulgarmente conhecida como o cancro no sangue. As pessoas com leucemia apresentam um aumento considerável dos níveis de glóbulos brancos (leucócitos). Neste caso, as células cancerosas circulam no sangue e não há normalmente um tumor propriamente dito.
Linfoma - Cancro no sistema linfático. O sistema linfático é uma rede de gânglios e pequenos vasos que existem em todo o nosso corpo e cuja função é a de combater as infecções. O linfoma afecta um grupo de células chamadas linfócitos. Os dois tipos de linfomas principais são o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin.
Alguns tipos de cancro podem ser detectados precocemente. A detecção precoce e o tratamento adequado imediato levam ao prolongamento do tempo de vida. Quanto mais cedo for detectado, maior a probabilidade de cura do cancro.

Consoante o tipo de tumor existem exames que podem permitir uma detecção precoce de alguns cancros. Para alguns tumores justifica-se a realização de exames de rotina a toda a população em risco para a detecção precoce de neoplasia. O tipo de exame varia consoante o tumor que se procura. Por exemplo, mamografia (radiografia das mamas) para o cancro da mama feminina ou citologia (exame das células) do colo do útero ou, ainda, pesquisa de sangue nas fezes para o cancro do intestino grosso (cólon). Nem todos os tumores justificam exames de rotina para a sua detecção em população sem sintomas ou sinais de suspeição. O seu médico saberá quais os exames indicados e os momentos adequados para os fazer.


Os sintomas que acompanham com maior frequência os diferentes tipos de cancro e para os quais deve estar atento são:
Nódulo (caroço) ou dureza anormal no corpo. A maioria dos nódulos ou úlceras pode dever-se a manifestações benignas, mas não deve descurar a hipótese de se tratar de uma lesão maligna.
Dor persistente no tempo (que não desaparece com analgésicos) e da qual deve informar o seu médico.
Sinal ou verruga que se modifica.
Perda anormal de sangue ou outros líquidos. Uma hemorragia vaginal, urinária, pelas fezes, na expectoração, etc., pode ser um sintoma de uma doença benigna, mas também pode ser sintoma de um tumor maligno que se origina no útero, vagina, cólon ou pulmão.
Tosse ou rouquidão persistente. Tosse ou rouquidão que persiste mais de duas semanas e que não desaparece com tratamento sintomático deve ser analisada por um otorrinolaringologista. Deve ter especial atenção se é fumador.
Alteração nos hábitos digestivos, urinários ou intestinais. Na maioria das ocasiões pode tratar-se de uma lesão benigna. A modificação dos hábitos intestinais, a alternância dos mesmos e a alteração da cor das fezes podem indicar a necessidade de um estudo para descartar a existência de um cancro colorectal.
Perda de peso não justificada. A perda de peso sem fazer dieta, mantendo os mesmos hábitos alimentares e sem aumentar a actividade física deve ser valorizada.

http://www.ligacontracancro.pt/

2. Incidência do Cancro em Portugal


De acordo com dados de 2003, do Instituto Nacional de Estatística, apresentados no 6º Congresso Nacional de Enfermagem Oncológica por Maria José Bento, do IPO Porto, o cancro vitimou 22.711 portugueses em 2003, sendo a segunda causa de morte em Portugal, logo após as doenças cerebrovasculares e cardiovasculares que atingiram 28.737 pessoas.
O cancro colorrectal é a principal causa de morte por cancro, representando 14 por cento do total de mortes por cancro (perto de quatro mil óbitos por ano). O do pulmão surge logo a seguir, com 13.9 por cento, seguido pelo do estômago com 11 por cento e pelo da mama, com 7 por cento. O cancro do pulmão é o que mais afecta os homens, com 19 por cento, enquanto o da mama atinge mais a mulher, com 17 por cento.
Os distritos de Beja, Setúbal, Lisboa, Porto e Viana do Castelo são os que apresentam a maior taxa de mortalidade padronizada por cancro, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística. Dados do Registo Oncológico Regional do Norte (RORENO), em 2001, apresentados por José Bento, revelam que surgiram 5.543 novos casos no homem e 4.630 novos casos na mulher, nesse ano.
De acordo com o enfermeiro Jorge Freitas, da Sociedade Portuguesa de Enfermagem Oncológica, “estima-se que as taxas de cancro podem aumentar cerca de 20 por cento, até 2020.

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=16921&op=all

Hábitos associados à cultura Portuguesa sobre a doença ( alcoolismo, alimentação

Hábitos ou factores que podem potenciar o aparecimento do cancro:
Fumar. Não fume. Se é fumador, deixe de o ser o mais rapidamente possível. Não fume na presença de não fumadores.

Obesidade. Evite a obesidade.

Modere o consumo de bebidas alcoólicas, tais como cerveja, vinho e bebidas espirituosas.

Evite a exposição demorada ou excessiva ao sol. É importante proteger as crianças, os adolescentes e os adultos com tendência para queimaduras solares.

Infelizmente os quatro hábitos que podem potenciar o aparecimento do cancro em Portugal são muito frequentes. Todos estes vícios são perigosos mas acho que fumar é ainda mais perigoso, porque para além de prejudicar o próprio pode prejudicar muitas pessoas que estão à sua volta.

Boas atitudes a tomar para prevenir a doença

Cumpra as instruções de segurança relativas a substâncias ou ambientes que possam causar cancro.
Aumente a ingestão diária de vegetais e frutos e limite a ingestão de alimentos contendo gorduras animais.
Pratique, diariamente, exercício físico.
As mulheres devem participar no rastreio do cancro do colo do útero (Papanicolau).
As mulheres devem participar no rastreio do cancro da mama.
As mulheres e os homens devem participar no rastreio do cancro do cólon e do recto.
Participe em programas de vacinação contra a Hepatite B de acordo com as normas da Direcção-Geral da Saúde.

Ponto nº 4 do guião
Custos do tratamento da doença

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é o organismo através do qual o Estado Português assegura o direito à saúde (promoção, prevenção e vigilância) a todos os cidadãos de Portugal. A sua criação remonta a 1979, após se terem reunido as condições políticas e sociais provenientes da reestruturação política portuguesa de 1974.
O objectivo primário do SNS é a persecução por parte do Estado, da responsabilidade que lhe cabe na protecção da saúde individual e colectiva e para tal está munido de cuidados integrados de saúde, nomeadamente a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes e a reabilitação médica e social.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_Nacional_de_Sa%C3%BAde

Baseado em dados de 2006 constatou-se que foram gastos 565 milhões de € em termos de gastos directos com o tratamento do cancro em Portugal e 1.320 milhões de € nas DCV o que representa 3,91% e 9,14% dos gastos totais na saúde, respectivamente.
Ao dividirmos os gastos totais em medicamentos por área terapêutica, os medicamentos para as DCV representaram cerca de 21,6% dos gastos totais em medicamentos e para o cancro cerca de 5,6%. Os medicamentos oncológicos representaram 32% dos gastos totais relativos ao cancro, enquanto que os das DCV 54% do gasto total em DCV. Em comparação, no que toca às BoD em Portugal, 18,6% dos DALYs foram associados às DCV e 15,3% ao cancro.
Conclusão: Considerando a BoD entre as DCV e o cancro em Portugal, pode-se afirmar que os gastos com o tratamento do cancro em Portugal ficam aquém do que seria esperado.
Usando o critério de despesa de acordo com as necessidades verificámos um diferencial entre despesa/BoD no cancro, dando a entender que o tratamento do cancro parece estar sub-financiado em Portugal. Embora este não deva ser o único critério a determinar o volume de despesa em determinada área terapêutica, o diferencial identificado neste estudo é suficientemente grande para merecer a atenção dos decisores.
http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2009-22/5/525-536.pdf

Ponto 5 do Guião
Representações sociais da doença

O cancro é um fenómeno complexo cuja natureza extravasa a esfera científica, não se reduzindo apenas a uma doença. A partir do momento em que começou a fazer parte da história das sociedades tornou-se também objecto do imaginário social.

Em Portugal parece prevalecer, também, a cancerofobia. A terminologia usada correntemente, em termos metafóricos, quando alguém pretende referir-se a aspectos considerados terrificantes em termos sociais, é prova disso. Por exemplo, a droga ou a delinquência são referidos como 'cancros sociais'. Também o modo eufemístico como é feita referência a esta doença na comunicação social, é sintomática. Ainda que saibam o diagnóstico, dizem de alguém que morreu de cancro que a sua morte resultou de 'doença de evolução prolongada'.

Em resumo pode dizer-se que, de um modo geral, o referente simbólico da patologia oncológica assenta na ideia de sofrimento, de insucesso terapêutico e no seu carácter fatal. Ainda que estas ideias possam ser discutíveis à luz do conhecimento das ciências médicas parece, no entanto, que estas subjazem às imagens que se constroem em torno do cancro e que têm repercussões na forma de pensar a doença e no comportamento face a ela.
Marília Neves
A crença de que o cancro é uma ameaça grave parece determinada essencialmente pelas consequências que provoca e pela sua elevada mortalidade. Uma análise mais detalhada permite-nos constatar que, relativamente às duas circunstâncias mais pontuadas, houve um certo consenso dos participantes em concordarem que «O cancro altera completamente a vida de uma pessoa», o mesmo não sucedendo com a outra afirmação - «Mais cedo ou mais tarde o cancro acaba por matar», verificando-se uma divisão mais expressiva entre concordantes e discordantes. Efectivamente, apesar de ser uma das afirmações que mais contribuiu para a crença de que o cancro é grave, parece revelar que esta é uma crença que, não sendo tão partilhada, tende a diminuir na forma como está enraizada.
A reforçar esta nossa inferência surge o facto de que a afirmação que reuniu maior consenso nas opções de resposta de concordância (81 participantes) é contraditória com esta ideia - «Nem todos os que sofrem de cancro morrem dele». Esta contradição foi também evidente no conceito de cancro, no qual se observou que o cancro é percebido por uns como uma «Doença incurável» e, por outros, como uma «Doença que pode ser curável», o que, recordamos que lhe conferia um carácter desconcertante.
http://www.repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/9556/3/4077_TM_01_P.pdf


Ponto 6 do Guião


Reflexão

Escolhi o cancro porque é a doença que tem levado à morte, em certos casos, alguns dos meus familiares. Tanto mais que a minha mãe faleceu com cancro no pulmão e da mama, de que sofreu durante muito tempo, cancro esse que não conseguiram detectar em Angola. Teve que sair do país e dirigir-se à Jugoslávia (Belgrado) onde se aperceberam que o cancro estava muito avançado e já não tinha cura.
Para além da minha mãe tenho o caso dos meus tios, irmãos dela, que também tiveram o mesmo fim, um com um cancro na cabeça e outro no fígado, e também alguns parentes.
Estou a ser acompanhada pela minha médica de família e todos os anos tenho que fazer exames, para ver se conseguem detectar alguma coisa sobre esta doença.
Esta doença preocupa-me muito. Cada vez que tenho uma dor em qualquer parte do meu corpo, penso logo que é o começo de uma formação do cancro. As vezes tenho receio em explicar a minha médica de família, mas passado alguns dias a dor passa sem ser preciso fazer qualquer medicação. Mesmo assim fico sempre preocupada quando vou fazer os exames.

Tratamento tipo

O médico pode aconselhar a consulta com um médico especialista. O cancro pode ser tratado por diferentes especialistas, como sejam: cirurgião, oncologista, ginecologista, pneumologista, medicina interna, radioterapeuta. Pode ter um médico especialista diferente, para cada tipo de tratamento que vá fazer.
O tratamento começa, geralmente, poucas semanas após o diagnóstico de cancro. Regra geral, tem tempo para falar com o médico sobre as opções de tratamento e, se considerar necessário, ouvir uma segunda opinião, para saber mais acerca do seu cancro, antes de tomar qualquer decisão sobre o tratamento.


Radioterapia
A radioterapia pode ser feita como tratamento exclusivo ou pode ser usada em combinação com outros tratamentos oncológicos como quimioterapia e a cirurgia.
Cerca de metade a 2/3 dos pacientes com câncer irão receber algum tipo de radiação em alguma etapa do tratamento oncológico. O tratamento com Radioterapia pode ser feito de várias maneiras, usando diferentes tipos de radiação. A dose de radiação e também o tempo de duração do tratamento depende de vários factores como, por exemplo, tipo de tumor, localização e estadiamento, além de algumas individualidades de cada paciente.
Radioterapia pode ser usada para tratar quase todos os tipos de tumores sólidos, incluindo cânceres dos tratos gênito-urinário, gastro-intestinal, tumores cerebrais, sarcomas, tumores de cabeça e pescoço, tumores ósseos, tumores de pele, de pulmão e de outros sítios anatômicos. Também pode ser usada para tratar leucemias e linfomas.
O objetivo do tratamento pode variar, podendo visar a completa destruição do tumor, a prevenção de recidiva tumoral ou mesmo a redução tumoral e alívio dos sintomas causados pelo tumor. Qualquer que seja o objetivo do tratamento é o médico quem faz a programação do que será feito, sempre de modo a poupar o máximo de tecido normal possível.
ABADOC – Associação Beneficente de Amparo à Doentes de Câncer é uma entidade sem fins lucrativos, de Utilidade Pública Federal (Portaria 836/03) e Municipal de São Paulo (44.782/04) e assiste há 25 anos pacientes carentes oriundos de hospitais públicos, principalmente do Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com a doação de medicamentos oncológicos e complementares não supridos gratuitamente por órgãos públicos enquanto há falta desses, assim como cestas básicas, alimentação especial (para os que têm câncer na região da garganta e que não podem engolir alimentos sólidos necessitando sondas gástricas ou nasogástricas), cateteres para administração de quimioterapia, bolsas de colostomia, entre outros.
Ela foi fundada em 10/10/1984, após o Sr. Aristide Penna, o pai da Maria de Lourdes (Lourdinha), ter falecido de câncer de pulmão e ela ter presenciado a dificuldade que então existia e ainda existe para as pessoas pobres no tratamento da doença e na obtenção dos medicamentos gratuitos para câncer quando o paciente não se encontra internado. Ela recebeu uma doação correspondente ao que hoje seriam uns R$ 500,00 do Sr. Macorin, um amigo da família, uma semana após a morte do pai, ao que tentou não receber, mas este insistiu dizendo, de forma enigmática, que seria de valia no futuro. Ao comentar esse episódio com seu então namorado, Edson Souza, dizendo a ele que pretendia doar a quantia aos que estivessem no hospital, este lhe sugeriu que ao invés disso, fosse criada uma instituição com CGC e com a adesão de pessoas que se solidarizassem, para que o dinheiro e principalmente e ação de ajudar, não desaparecesse após o término desses fundos iniciais, mas se perpetuasse com novas doações e contribuições recebidas.
E assim foi feito. Com a ajuda de um advogado amigo da família, Dr. Hermógenes, à partir de um estatuto adaptado de um clube de futebol, a ABADOC foi registrada no CGC sob número 53.836.896/0001-00, inicialmente com sede na casa da Lourdinha. Com o dinheiro foram compradas algumas caixas de Nolvadex, na época, em contínua falta nos postos e hospitais, e um número correspondente de vales-medicamento foram emitidos para que, sempre que os médicos que estavam com eles no começo, Renan e Urias, se deparassem com uma consulta a um paciente carente que necessitasse desses remédios, eles dessem um ou mais desses vales medicamentos, que seriam retirados pelos pacientes na casa da Lourdinha. No verso desses vales-medicamento, tinha uma mapinha como chegar lá.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

HÁBITOS E COSTUMES EM CASA E NO SERVIÇO

EM CASA:

Consumo de água
Para evitar desperdício na utilização da água, tento fazer o possível para gastar pouco, enchendo uma banheira com água morna para tomar banho. Depois do banho a água que resta serve para usar na sanita. Utilizo o autoclismo quando não tenho essa água da banheira.
Para lavar a loiça uso o alguidar para lavar e depois enxaguo com água corrente.
A minha máquina de lavar tem um programa próprio para poupar a água e electricidade, que uso com frequência.
Ao limpar a casa troco com frequência de água do balde de limpeza quando estou a limpar os quartos da cozinha e das salas.
Consumo de electricidade
No que toca à electricidade procuro desligar sempre as luzes principalmente quando estou ausente ou não estou a fazer uso dessa área.
Quando tenho possibilidade compro lâmpadas de baixo consumo, de halogéneo. Estas são muito caras e nem sempre tenho possibilidade de as comprar.
A minha casa é muito escura pelo que tenho pelo menos uma lâmpada acesa durante o dia e que é um prejuízo muito grande para mim.
Por vezes tento deixar as janelas e as persianas abertas durante o dia para iluminar a casa e evitar que tenhamos as luzes acesas.
No Inverno utilizo um irradiador eléctrico no corredor principal para aquecer a casa toda. Deixo-o ligado durante o dia no mínimo e regulo-o à noite para o nível médio.
Consumo de Combustíveis fósseis
Não consumo gasolina porque não tenho transporte próprio e ando de transportes públicos. Utilizo o gás butano para fazer as refeições e para o banho. No verão gasto uma botija e no inverno gasto duas por mês.
Desperdícios
Quando tinha electrodomésticos avariados colocava-os perto dos contentores porque não estava bem informada de como poderia lidar com estes equipamentos avariados. Agora sei que basta telefonar para a câmara e marcar um dia para que o vão recolher.

Quanto à utilização de sacos plásticos, em geral, depois das compras reutilizo-os para pôr o lixo. Faço a separação do lixo, pondo nos sacos correspondentes e fazendo a divisão para o ecoponto. Coloco as pilhas no pilhão, os vidros no ecoponto verde, no amarelo os plásticos e metais e no azul o papel e cartão.
O lixo orgânico doméstico, que são os restos de comida, cascas de batata, cenoura e outros vão para um outro contentor.

TRABALHO:
No meu trabalho como empregada doméstica tenho os mesmos cuidados que tenho em minha casa pois essa é a minha maneira de trabalhar independentemente da vontade do patrão.

DOSSIER AMBIENTE



PEGADA ECOLÓGICA
A expressão Pegada ecológica é uma tradução do Inglês ecological footprint e refere-se, em termos de divulgação ecológica, à quantidade de terra e água que seria necessária para sustentar as gerações actuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população.
A pegada ecológica é actualmente usada ao redor do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usado para medir e gerir o uso de recursos através da economia. É comummente usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, sectores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.

AMBIENTALISMO
Por ambientalismo entenda-se a promoção da conservação e recuperação do meio ambiente, podendo designar-se também por conservacionismo. O ambientalismo assume duas facetas: a política e a científica. A primeira pressupõe o assumir do ambientalismo, ou "Política Verde", como objecto de luta política, podendo ser moderado ou radical, nem sempre científico; a segunda, não descurando o activismo e mesmo alguma radicalidade, é essencialmente moderada e com maior base em princípios científicos.

ECOLOGIA
Não se deverá, todavia, confundir com ecologia, que é o ramo da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio natural em que vivem ou de que dependem. Ambientalismo é acima de tudo acção, campanha a favor do ambiente. Como o ecologista é o estudioso da ecologia, enquanto que ambientalista é todo aquele, isolado ou em grupo, que se preocupa com a degradação do ambiente, que pretende impedir e ajudar, politicamente, a preservar.

SUSTENTABILIDADE
Define-se por Desenvolvimento Sustentável um modelo económico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações actuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adoptado, quando se constata que este é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies.

Sustentabilidade Ambiental - conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social. Abarca todas as dimensões anteriores através de processos complexos.


DESPERDÍCIO
s.m. Acto de desperdiçar. Gasto ou despesa inútil. Esbanjamento, perda, desaproveitamento.

O que chamamos de lixo é só matéria-prima e recursos naturais misturados e fora do lugar. Se olharmos uma vasilha de lixo bem de perto veremos que ali estão papel, plástico, metal, vidro, pano, madeira, material orgânico, restos de obras, etc. Tudo isso, ao ser misturado, torna-se imprestável para reaproveitamento, com o agravante de que jogar lixo no meio ambiente além de revelar a falta de educação de quem pratica esta acção, é crime ambiental.

RECICLAGEM
A reciclagem é o termo geralmente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de tratamento final, como aterro, ou incineração.
O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas características. O conceito de reciclagem é diferente do de reutilização
A reciclagem nos dias de hoje é vital para a conservação e melhoramento do meio ambiente. A redução de explorações de recursos naturais e o terminar dos tão incomodativos aterros sanitários como anteriormente os conhecíamos, são algumas das suas principais razões
Assim, estas três palavras «Reduzir, Reciclar, Reutilizar» estão já a ser incutidas às crianças para que cresçam conscientes do papel que têm na preservação do ambiente. Reduzir a poluição, reciclar o lixo e reutilizar o maior número possível de objectos deve ser o lema de todos.

Relação entre consumo e desperdício
Todo o ser humano tem tendência para comprar numerosos equipamentos, vestuários, alimentos e outras coisas para o nosso consumo.
Passado algum tempo deixamos de utilizar as mesmas coisas por várias razões como por exemplo uma pequena avaria ou deterioração, ou o facto de já não gostarmos delas, mandamos logo tudo para o lixo, o que é um desperdício.
Há, por exemplo, o hábito de esbanjar muita água sem necessidade ou de ter sempre as luzes acesas quando não se deve. Devemos poupar para não se gastar muito e não se produzir tanto desperdício.


Entidades ligadas à protecção do ambiente:
http://www.cpada.pt/

A Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente, faz destaque à Revista Ar Livre, nº 18, uma publicação da Associação de Defesa do Ambiente - Campo Aberto.

Associação de Agricultura Biológica (AGROBIO)
http://www.agrobio.pt/


Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental (ALMARGEM)
http://www.almargem.org/


Associação dos Amigos do Mindelo para a Defesa do Ambiente
http://www.amigosdomindelo.pt/


Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho do Alenquer (ALAMBI)
http://www.alambi.net/


Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA)
http://www.aspea.org/


BIOCOOP - Produtos de Agricultura Biológica
http://www.biocoop.coop/


Campo Aberto - Associação de Defesa do Ambiente
http://www.campoaberto.pt/


Centro de Estudos da Avifauna Ibérica (CEAI)
http://www.ceai.pt/

www.ceai.pt/ebg (Estação Biológica do Garducho)

Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente (CPADA)
http://www.cpada.pt/


EURONATURA - Centro para o Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentado
http://www.euronatura.pt/


Fundo para a Protecção de Animais Selvagens (FAPAS)
http://www.fapas.pt/


Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA)
http://gaia.org.pt/


Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA)
http://www.geota.pt/


Grupo Ecológico de Cascais (GEC)
http://www.proweb-dgm.com/gec/


Liga para a Protecção da Natureza (LPN)
http://www.lpn.pt/


Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA)
http://www.lpda.pt/


Projecto PALHOTA VIVA - Associação de Defesa do Ambiente
http://www.palhotaviva.org/


Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA)
http://www.spea.pt/


Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal
http://tagis.com.sapo.pt/

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

EU E A TELEVISÃO

A TELEVISÃO ANTES E DEPOIS


Durante toda a minha infância nunca tive contacto directo com uma televisão. Nessa altura (anos 1960) havia carros que apareciam nos bairros uma vez por semana, ou duas por mês, com ecrãs grandes onde assistíamos a filmes, ou íamos ao cinema.
Em Angola começaram a vender pela primeira vez televisores para toda a população em 1977, mas só compravam aqueles que tinham dinheiro, os que não tinham dinheiro iam assistir em casa daqueles que tinham possibilidades de comprar. Adquiri a minha primeira televisão no Ministério da Defesa, por ser funcionária, por 20 mil Kwanzas. Como eram poucos aqueles que tinham televisor as pessoas que ainda não tinham iam em casa de vizinhas que já tinham para assistir. Isto aconteceu em minha casa, assim que adquiri o aparelho. Púnhamos a televisão no quintal, estendíamos esteiras ou luandos de modo a caber toda a família e também outras pessoas que lá iam assistir.
Antigamente a vida, de alguma forma, também era divertida, mas agora, com as novas tecnologias, é muito melhor. Com a invenção da televisão recebemos todas as informações de forma mais rápida. Naquele tempo, apesar de algumas coisas estarem já programadas, conseguimos ver as novelas, filmes, séries e até ouvir as notícias directamente. Por exemplo, a moda que vem de outro país chega mais rapidamente até nós.
Antes só existiam três ou quatro canais, hoje existem vários. Os canais que assistimos mais em casa são o T.P.A. Internacional, o Record, o A.X.N., o R.T.P. 1 e a S.I.C.
Estes permitem-me ver séries, filmes e outros programas que me trazem novos conhecimentos do mundo.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O equipamento que vou descrever é a minha máquina de lavar de marca “zanussi FA 522”
A Máquina de lavar roupa é uma máquina projectada para a limpeza de roupas. Geralmente o termo é empregado para equipamentos que usam água como meio principal de limpeza. Consiste basicamente num recipiente que se enche de água e onde um sistema mecânico agita as peças de roupa a serem lavadas.
A partir da revolução industrial várias tentativas de criar um equipamento desta natureza foram bem documentadas, como um pedido de patente protocolado em 1691, um anúncio, em Janeiro de 1752 na Gentlemen's Magazine, e outro pedido de patente de uma máquina rotativa em 1782, todas em Inglaterra.
Somente com a invenção e popularização do motor eléctrico, no começo do século 20, é que se conseguiu uma lavadora que funcionasse mais eficientemente, atribuindo-se a produção em grande escala pela primeira vez, a partir de 1906, ao norte-americano A.J.Fischer, que detinha a patente embora não se possa afirmar que seja ele o real inventor.
As máquinas contemporâneas são fabricadas em dois modelos básicos, com abertura frontal ou abertura superior. As de abertura superior, mais populares nos Estados Unidos, Austrália, Brasil e parte da Europa, recebem a roupa num cilindro montado verticalmente, com um agitador central, e têm a tampa por cima. As máquinas com abertura frontal, mais populares na Europa e no Médio Oriente, possuem um cilindro montado horizontalmente, sem agitador central, mas com a porta estanque e com visor de vidro.
Ambos os modelos têm a capacidade de lavar automaticamente, propulsionados por motor eléctrico, executando ciclos de lavagem, enxágue, centrifugação e pré programados de acordo com o tipo de roupa. O uso de componentes electrónicos digitais substitui actualmente complexos sistemas mecânicos usados anteriormente para controlar a lavagem. Ligadas a um ponto de força eléctrica, um ponto de entrada de água e uma saída para a água servida, com temporizador programável e depósito de sabão e amaciador, trabalham sem supervisão, lavando, enxaguando e retirando o excesso de água por centrifugação. Algumas máquinas mais modernas também secam a roupa com ar quente após a lavagem. Podem ainda ter seu comando electrónico ligado à uma rede de computadores, permitindo acompanhamento e comando pela Internet.
Da Wikipédia

A marca Zanussi
A empresa iniciou actividade em 1916 em Pordenone, no nordeste de Itália, como uma pequena oficina de Antonio Zanussi, um empreendedor jovem de 26 anos, fazendo fogões e fornos a lenha.

O número de funcionários da empresa passou de 10 para 300 em pouco mais de 30 anos. A partir de 1946, a empresa começou a exportar para fora de Itália e em 1951 lançou um grande sucesso: o primeiro fogão a gás na Europa, com tempos de cozedura mais curtos e novas formas de cozinhar. Nos anos 70 já vendia máquinas de lavar fiáveis em muitos países. Na década de 80 a empresa juntou-se à Electrolux e continuou a desenvolver produtos. Um exemplo disso mesmo é as máquinas de lavar roupa com o sistema Jetsystem – tecnologia de lavagem inteligente para a roupa.

A minha máquina encontra-se situada na cozinha de minha casa. Tem cor branca, a sua porta tem abertura retardada, e só podemos abri-la depois de dois ou três minutos após a finalização do programa. Tem as seguintes dimensões: 85cm de altura, 60cm de profundidade e largura de 60cm. A capacidade de carga para roupa de algodão é de 45kg, para sintéticas 2kg, para delicados 2kg e para lã 1kg. A velocidade centrifugadora é de 500 rpm, no máximo. Tem a potência máxima de 2100w, amperagem de10A e voltagem é de 220-230v/50Hz. A pressão de água mínima é de 5 N/cm2 e a máxima de 80N/cm2.
É um equipamento muito útil e simples, uma máquina doméstica que veio resolver e facilitar a minha vida e o problema de muitas pessoas. Ajuda-me bastante na lavagem da roupa, pois enquanto a máquina vai lavando, consigo organizar outras tarefas de casa, coisa que antes do fabrico da máquina não era possível fazer.
Utilizo-a duas a três vezes por semana. Ela tem diversos programas. Por exemplo, para lavagem da roupa delicadas utilizo o programa B de 30º ou 40º e com água fria, e para roupas mais sujas utilizo um programa A mais reforçado de 90º a 60º. Para roupa de cor utilizo o programa A de 60º a 30º.
É um equipamento eficaz para a sociedade, especialmente para as pessoas que têm uma vida muito ocupada e nunca têm tempo para fazer todos os trabalhos domésticos. Basta programar a máquina e esta consegue funcionar até ao fim de forma autónoma. Depois basta estender. Já existem alguns tipos de máquinas que lavam e secam a roupa ao mesmo tempo.
http://www.zanussi.pt/node94.aspx

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A MINHA RELAÇÃO COM AS LÍNGUAS DE ANGOLA


No passado, vivi com os meus pais, tios e avós, que falavam já a língua portuguesa. Eles tinham, no entanto, algumas dificuldades no uso da língua. Por isso, quando entrei para a escola, foi muito fácil aprender porque eu já falava português. Apenas me fui aperfeiçoando mais.

Em certas ocasiões, tive oportunidade de perguntar aos meus avós o porquê de não falar Kimbundo ou outro dialecto, ao que eles respondiam que não podiam falar pois em parte não era permitido pelo governo e também por causa da escola, pois seria mais difícil aprender. Os portugueses também diziam que os dialectos não serviam para nada

Às vezes, em casa, falávamos o Kimbundo ou o Umbundo com alguns familiares e vizinhos que “noiteavam” em casa dos meus avós. Eram parentes que, no tempo de férias, saíam das províncias, Huambo ou Bengo, e se hospedavam em casa dos avós. Eu ouvia-os a conversarem em dialecto e fui aprendendo algumas palavras, como n'gassaquidila, chito,ua n'gimenequena, tunda mugila e mais. Tanto mais que o Humbundo nunca consegui falar em condições mas vou percebendo mais ou menos algumas palavras e frases. São os dois únicos dialectos que consigo entender. No entanto, nunca consegui escrevê-los, apenas falo e entendo o que me dizem. Quanto aos outros dialectos, consigo distinguir as suas zonas de origem, mas não os falo nem percebo.

Em Angola são tantas as línguas que é impossível perceber ou falar todas. Contudo, o português é a língua mais falada em Angola, especialmente em Luanda, apesar de haver mais de 20 dialectos: O Kimbundo é falado em Luanda, Malanje e Bengo; O Humbundo é falado na parte sul, Huambo, Benguela, Lobito e Bié; O Kikongo é falado no Uíge e Zaire; O Fiote é falado em Cabinda; O Tchokué é falado na parte leste; E os dialectos Lianeka e Kwanhama são falados no Cunene. Mas há muitos outros para além destes.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A MINHA EXPERIÊNCIA DE EMIGRAÇÃO


Nasci em Angola aos doze de Outubro de mil novecentos e cinquenta e seis.
Sempre tive o desejo de conhecer Portugal, mas era difícil para mim pois tinha que ter uma autorização ou ser uma pessoa muito importante para me poder deslocar para Portugal. Para além disso, não tinha dinheiro para tratar da documentação e comprar as passagens.
Tudo foi mais fácil depois da Independência de Angola, em 1975. Alguns familiares conseguiram vir por causa da guerra, já que durante a ponte aérea que se organizou para resgatar os portugueses que estavam em Angola, alguns angolanos aproveitaram esta boleia porque trabalhavam para os portugueses, nos caminhos-de-ferro, na alfândega ou na administração.
No meu caso tive que trabalhar e juntar algum dinheiro para poder vir com a família, por etapas. Primeiro mandei as minhas filhas, irmãs e sobrinhas já adultas. Apenas depois disso pude vir.
Chegada a Portugal, no ano de dois mil, encontrei tudo mais ou menos como previa. As ruas pavimentadas, florestas, jardins organizados, vários transportes públicos, táxis, casas comerciais onde todos têm direito a fazer compras, mercearias, cafés, farmácias etc. Tudo isso também existia em Angola, no tempo colonial, mas depois da nossa Independência tudo mudou, ficou tudo destruído. Ruas, estradas, jardins estradas e também muita falta de transportes públicos.
Em Portugal estava tudo muito bem de princípio, porque fui recebida pelas filhas que já se encontravam cá. O que me desmoralizou foi o clima, as quatro estações do ano e o frio e o calor, muito diferentes dos de Angola. Foi muito difícil adaptar-me ao trabalho tanto mais que até agora me encontro bastante decepcionada com o patrão que encontrei, prefiro não aprofundar o assunto porque, como imigrante que sou, vou trabalhando até onde der, se conseguir uma oportunidade de encontrar um trabalho melhor, deixo este e avanço para outro.
Também consegui fazer amizades com certas pessoas, especialmente portuguesas e algumas africanas que já se encontram cá há muitos anos.
Em virtude da minha vinda a Portugal, já não sou a mesma, mudei muito, na minha maneira de pensar e agir.